Jovens são os mais afetados pela perda de postos de trabalho devido ao impacto económico da COVID-19

    13 Julho, 2022 José Ricardo Sousa 238 Sem comentários

    A Comissão publicou hoje o seu relatório de 2022 sobre a evolução do emprego e da situação social na Europa (ESDE). Entre outras conclusões, o relatório revela que os jovens estão entre os mais afetados pela perda de postos de trabalho durante a crise económica provocada pela pandemia de COVID-19. Mostra igualmente que para os jovens a recuperação foi mais lenta do que para outros grupos etários. As explicações possíveis estão relacionadas com a elevada percentagem de contratos a termo certo e com as dificuldades em encontrar um primeiro emprego quando terminam a escola, a universidade ou cursos de formação. O novo relatório ajuda a identificar e apoiar as políticas sociais e de emprego necessárias para ultrapassar as dificuldades que os jovens enfrentam para se tornarem economicamente independentes, face ao agravamento da situação socioeconómica devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

    Nicolas Schmit, comissário responsável pelo Emprego e Direitos Sociais «Muitos jovens têm um elevado nível de escolaridade, competências digitais e interessam-se ativamente pelas questões ecológicas, o que os pode ajudar a aproveitar as oportunidades proporcionadas pela recuperação e pelas transições digital e ecológica. 2022 é o Ano Europeu da Juventude, porque a União Europeia está empenhada em ouvir os jovens e em apoiar e melhorar as suas oportunidades na vida. Isto significa também apoiar os jovens ucranianos que fugiram da guerra, ajudando-os a entrar no sistema de ensino e no mercado de trabalho da UE.»

     

    O relatório ESDE, que se baseia nos dados anuais mais recentes, permite concluir que:

    • A recuperação da pandemia de COVID-19 não foi uniforme. Os jovens (com menos de 30 anos) continuam a enfrentar desafios significativos para encontrar emprego ou para encontrar empregos que correspondam às suas competências e experiência. Embora o desemprego dos jovens tenha diminuído em 2021, em particular no final do ano, manteve-se 1 ponto percentual mais elevado do que antes da crise (2019). Dos jovens que trabalham, cerca de 1 em cada 2 (45,9 %) têm contratos temporários, em comparação com 1 em cada 10 de todos os trabalhadores (10,2 %).
    • Em média, há uma maior probabilidade de os jovens terem de enfrentar uma situação social e financeira difícil. Já antes da pandemia, o rendimento do trabalho dos jovens era mais volátil do que o dos trabalhadores mais velhos. Embora existam diferenças acentuadas entre os países da U, os agregados familiares compostos por jovens são mais pobres. Os jovens depararam-se com dificuldades para fazer face às despesas diárias, como as faturas e a renda, e 61 % estão preocupados com a procura ou manutenção de habitação adequada nos próximos dez anos.
    • Os desafios que os jovens enfrentam dependem do seu nível de escolaridade e da sua origem socioeconómica. Os jovens com o ensino secundário têm menos 19 pontos percentuais de probabilidade de acabarem numa situação em que não trabalham, não estudam nem fazem formação do que os jovens com um nível de escolaridade inferior. Para as pessoas com um curso superior, este risco é inferior em 28 pontos percentuais. No caso dos jovens oriundos de meios desfavorecidos, é ainda menos provável que consigam trabalhar, estudar ou fazer formação.
    • O género é outro fator de desigualdade entre os jovens. Quando iniciam a sua carreira, as jovens europeias ganham, em média, menos 7,2 % do que os seus colegas do sexo masculino, um fosso que aumenta com a idade. A nível da UE, apenas uma pequena parte deste fosso (0,5 pontos percentuais) resulta das habilitações das mulheres, das escolhas profissionais, das experiências profissionais e do tipo de contrato de trabalho que têm.

    Políticas bem sucedidas a nível da UE para apoiar os jovens

    O relatório ESDE fornece uma análise baseada em dados concretos sobre a forma de resolver os problemas dos jovens. Nomeadamente, as políticas sociais e de emprego deveriam:

    • fomentar a integração de jovens no mercado de trabalho,
    • permitir que os jovens adquiram competências,
    • apoiar a mobilidade dos trabalhadores, um elemento essencial para uma carreira bem-sucedida e resiliente,
    • reduzir os riscos com que os jovens deparam, como o desemprego, a doença, a pobreza e a dívida,
    • ajudar os jovens a construir a sua própria riqueza e a adquirir propriedade.
    Drapeaux Berlaymont

    Estão em preparação outras iniciativas da UE que visam apoiar os jovens. Em 2023, a Comissão tenciona rever a Recomendação do Conselho relativa ao Quadro de Qualidade para os Estágios, nomeadamente no que diz respeito às condições de trabalho. Um grupo de alto nível está atualmente a estudar formas de melhorar a proteção social, inclusivamente para os jovens, e deverá apresentar as suas conclusões no início do próximo ano.

    Contexto

    O relatório anual da evolução do emprego e da situação social na Europa (ESDE) é o documento de análise emblemático da Comissão Europeia sobre o emprego e os assuntos sociais. Fornece análises económicas atualizadas, bem como propostas políticas conexas.

    A UE apoia os jovens através de uma série de programas políticos, nomeadamente:

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