A cientista portuguesa Dr.ª Raquel Rodrigues, investigadora do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) em Braga, lidera um projeto inovador que pode transformar o tratamento de doenças neurológicas como o Alzheimer. Com o apoio da União Europeia, Rodrigues e a sua equipa desenvolveram um dispositivo chamado “cérebro num chip”, um microchip que imita funções cerebrais para testar novas terapias de forma mais eficaz e sem recurso a testes em animais.
O projeto, intitulado BrainChip4MED, cria um ambiente cerebral controlado num chip que simula a barreira hematoencefálica – uma membrana crucial que protege o cérebro mas também impede que muitas terapias cheguem ao seu alvo. Graças à tecnologia de microfluídica, que permite movimentar fluidos em canais microscópicos, o chip oferece um sistema eficiente para testar novos medicamentos e avaliar a sua capacidade de ultrapassar essa barreira.
Rodrigues acredita que esta abordagem mais próxima da biologia humana pode impulsionar o desenvolvimento de novos fármacos e melhorar as opções terapêuticas. “Precisamos de combater o Alzheimer e outras doenças neurológicas complexas. Esta tecnologia é um passo importante nessa direção,” afirma.
O INL, um centro de referência em nanotecnologia, é financiado pela UE, Portugal e Espanha, destacando Braga e o Minho como pontos estratégicos na inovação científica europeia.