De acordo com o inquérito especial Eurobarómetro hoje publicado, os europeus estão preocupados com os efeitos da poluição atmosférica na saúde e no ambiente. A maioria dos inquiridos considera que a indústria, as autoridades públicas e os empregadores têm de envidar mais esforços para melhorar a qualidade do ar. As opiniões são claramente favoráveis à adoção de uma abordagem à escala internacional ou europeia e muitos dos inquiridos que ouviram falar das normas da UE em matéria de qualidade do ar consideram que as mesmas devem ser reforçadas.
Virginijus Sinkevičius, comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas: «As pessoas estão a dizer-nos que querem poder respirar ar limpo. As pessoas que vivem em cidades, que sofrem de asma e que habitam perto de instalações industriais estão preocupadas e pedem-nos para agir. A Comissão vai liderar os esforços através de uma proposta ambiciosa que visa reforçar as normas europeias em matéria de qualidade do ar.»
Principais conclusões do inquérito
A maioria dos europeus considera que certos problemas de saúde, como as doenças respiratórias (89 %), a asma (88 %) e as doenças cardiovasculares são problemas graves que resultam da poluição atmosférica e afetam os países onde vivem. Os europeus manifestaram igualmente a sua preocupação relativamente aos problemas ambientais que afetam as massas de água e são causados pela poluição atmosférica, como a acidificação e a eutrofização (83 % em ambos os casos). A acidificação ( a água torna-se mais ácida) e a eutrofização (a enorme quantidade de nutrientes na água provoca o crescimento excessivo de algas que sufocam os outros organismos) são duas das principais consequências da degradação da qualidade do ar.
47% dos inquiridos considera que, ao longo dos últimos dez anos, a qualidade do ar piorou. No entanto, esta percentagem representa uma queda de 11 pontos percentuais relativamente a 2019.
O inquérito revela igualmente que os cidadãos carecem de informações sobre os problemas causados pela má qualidade do ar em geral. A maioria dos europeus continua a dispor de poucas informações sobre as normas da UE em vigor em matéria de qualidade do ar – apenas 27 % dos inquiridos indicaram ter conhecimento da existência dessas normas. No entanto, uma grande maioria dos inquiridos (67 %) com conhecimento das normas da UE em matéria de qualidade do ar considera que as mesmas devem ser reforçadas. Esta afirmação é válida para todos os Estados-Membros, com exceção de cinco deles.
Uma grande maioria dos europeus considera que a poluição atmosférica deve ser combatida, em primeiro lugar, a nível internacional (65 %), seguidamente a nível europeu e nacional (42 % em ambos os casos) e, por último, a nível regional ou local (32 %). Uma parte significativa dos inquiridos considera que as ações devem ser levadas a cabo simultaneamente a todos os níveis (19 %).
A maioria dos europeus considera que as grandes instalações industriais, os produtores de energia a partir de combustíveis fósseis, as autoridades públicas e os empregadores não estão a fazer o suficiente para melhorar a qualidade do ar.
A maioria dos inquiridos considera igualmente que o setor doméstico está a fazer o suficiente. Existem agora mais probabilidades de os inquiridos fazerem algo para reduzir, eles próprios, as emissões do que em 2019. A utilização dos transportes públicos e de bicicletas ou as deslocações a pé são os métodos a que os europeus declaram recorrer mais frequentemente para reduzir as emissões nocivas para a atmosfera.
Tal como anunciado no Pacto Ecológico Europeu, no âmbito do objetivo poluição zero para um ambiente sem substâncias tóxicas, a Comissão está prestes a propor uma revisão das atuais normas da UE em matéria de qualidade do ar, o que as harmonizará mais estreitamente com as recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), e reforçará as disposições que visam ajudar as autoridades locais a garantir um ar mais limpo. A proposta revista procurará também assegurar uma melhor aplicação prática das normas acordadas.
Contexto
O inquérito Eurobarómetro Especial foi realizado, em nome da Comissão, entre 21 de março e 20 de abril de 2022, tendo sido entrevistadas, na sua língua materna, cerca de 26 509 pessoas de diferentes grupos sociais e demográficos.
Este inquérito dá seguimento a um outro inquérito especial, realizado em 2019, sobre as atitudes dos europeus relativamente à qualidade do ar. Muitas das perguntas do Eurobarómetro de 2019 foram repetidas neste novo inquérito, a fim de permitir uma comparação das tendências.
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