CIM Cávado é a terceira região com mais projectos aprovados

    18 Abril, 2023 José Ricardo Sousa 292 Sem comentários

    Informar os cidadãos sobre a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na região do Minho foi o propósito da conferência ‘#Next GenerationEU: o PRR aplicado no Minho’. Na sessão que teve lugar, na tarde de ontem, no Auditório da Escola Técnica Superior Profissional do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado foi apontada como a terceira região do país com mais projectos aprovados.


    Promovida pelo Europe Direct Minho, projecto do IPCA em parceria com a Representação da Comissão Europeia em Portugal, a conferência contou com a participação de Olga Pereira, vereadora da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Costa, presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Sofia Moreira de Sousa, representante da Comissão Europeia em Portugal, e Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR.

    A conferência levou a uma troca de ideias sobre o modo como este instrumento financeiro está a ser implementado e os resultados obtidos até ao momento em Portugal e no Minho.
    Em Braga, o projecto da residência universitária na Confiança e a construção de duas linhas Bus Rapid Transit (BRT) estão entre os projectos financiados pelo PRR. A vereadora Olga Pereira lembrou que a construção da residência Confiança envolve um montante significativo, “o maior do país nesta categoria, ultrapassando os 25 milhões de euros”.

    Quanto ao BRT, este passa a ser financiado no âmbito do PRR graças a uma reformulação no passado dia 6 de Abril. “Um reconhecimento do amadurecimento deste projecto e da injustiça de que ele foi alvo quando foi contemplado através do Programa 2030 que tem uma aplicação financeira completamente diferente do PRR”, considerou Olga Pereira.

    As primeiras linhas do BRT estarão a circular na cidade em 2025.

    Por sua vez, Ricardo Costa, enquanto presidente da AEMinho, considerou que não houve uma forma estruturada de aproveitamento de fundos do PRR, e pediu “mais agilidade e estratégia” ao Estado na aplicação de fundos que a União Europeia disponibiliza.
    “Tínhamos no PRR uma oportunidade única para o país, mas que não foi bem desenhada desde o início. O que defendíamos era identificar 3 ou 4 áreas de relevância, nomeadamente, nos data centers, na ferrovia, ou nas offshores eólicas, e apostar estrategicamente nessas áreas concretas”, afirmou.

    Por outro lado, Ricardo Costa defendeu ainda que a execução “é muito baixa, apesar dos números que vêm a público apontarem para execuções acima dos 15%. Na verdade, esta percentagem refere-se ao dinheiro que foi transferido e não ao que está a ser executado efectivamente”.
    Segundo o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, nas três CIMs do Alto Minho, do Ave e do Cávado está já aprovado um investimento na ordem dos 570 milhões de euros, “um volume muito significativo”, sendo a CIM do Cávado a terceira região a seguir à área metropolitana de Lisboa e do Porto que mais projectos tem aprovados.

    Em destaque encontram-se as agendas mobilizadoras (empresas), as instituições de ensino superior, e os equipamentos sociais. Numa outra linha, destaca-se também o alojamento estudantil que regista investimentos “muito relevantes”, assegurou. Na área da habitação, Pedro Dominguinhos considerou que “tem de haver um esforço maior por parte das autarquias, já que temos notado que os município se têm deparado com alguns problemas na aprovação desses projectos”, alertou.

    Sofia Moreira de Sousa lembrou que o PRR foi uma resposta encontrada após a crise pandémica. Trata-se de um “meca- nismo cujo objectivo passa por atenuar o impacto social e económico causado pela pandemia, assim como para apoiar as economias e sociedades europeias para se tornarem mais sustentáveis e resilientes”, disse.


    A representante da Comissão Europeia realçou ainda na sua intervenção que estes “financiamentos não são para serem gastos, mas sim investidos. O que pretendemos é que esses investimentos sirvam para alavancar actividades económicas e que nos ajudem a atingir os valores explanados no tratado constitutivo da União Europeia”, frisou.
    Já o vice-presidente do IPCA, Agostinho Silva, referiu que o Europe Direct Minho procura trazer os ideais da União Europeia a todos os cidadãos da sua área de influência. “Queremos contribuir para levar a democracia a mais cidadãos, na promoção de uma sociedade mais igualitária e mais feliz”, vincou.

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