Comissão apresenta os primeiros perfis por país relativos ao cancro no âmbito do Registo Europeu das Desigualdades no Domínio do Cancro

    2 Fevereiro, 2023 José Ricardo Sousa 271 Sem comentários

    Antes do Dia Mundial do Cancro em 4 de fevereiro, a Comissão e a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE) apresentam hoje os primeiros perfis por país relativos ao cancro no âmbito do Registo Europeu das Desigualdades no Domínio do Cancro para todos os Estados-Membros da UE, a Noruega e a Islândia

    Os perfis mostram que os países da UE gastaram um montante substancial, quase 170 mil milhões de EUR, em cuidados oncológicos (em 2018). Outra conclusão importante é que o cancro do pulmão continua a ser, de longe, a causa mais comum de morte por cancro. Existem também grandes desigualdades no que diz respeito à taxa de mortalidade por cancro entre os países da UE e no interior destes. Estas disparidades podem em parte ser explicadas pelos diferentes níveis de exposição a fatores de risco para o cancro, mas também pelas diferenças no que diz respeito às capacidades dos sistemas de saúde para proporcionar um acesso atempado e gratuito ao diagnóstico precoce, bem como a cuidados e tratamentos oncológicos de elevada qualidade. Os perfis mostram que a identificação dos desafios e a partilha das melhores práticas entre os Estados-Membros podem ajudar os países a combater as desigualdades relativas ao cancro.

    Os perfis vão ser apresentados durante uma conferência de alto nível no quadro do Plano de Luta contra o Cancro«Conference on cancer – Equity, excellence and innovation: modern cancer care for all» (Conferência sobre o cancro – equidade, excelência e inovação: cuidados oncológicos modernos para todos), coorganizada pela Comissão e pela Presidência sueca do Conselho da União Europeia.

    Drapeaux Berlaymont

    Outras conclusões dos perfis por país relativos ao cancro

    Os perfis destacaram outros factos importantes:

    • O cancro representa 26 % de todas as mortes e é a segunda causa de mortalidade na UE após as doenças cardiovasculares.
    • A diferença entre os países relativamente à taxa de mortalidade por cancro pode atingir quase o dobro e há grandes disparidades no que diz respeito à mortalidade por cancro em função do género.
    • Existem grandes desigualdades socioeconómicas na mortalidade por cancro. Estas disparidades explicam-se, em parte, pelos diferentes níveis de exposição a fatores de risco, tais como o tabagismo, a obesidade, o consumo nocivo de álcool e a poluição atmosférica. Em geral, os fatores de risco tendem a ser mais prevalecentes entre os homens e os grupos com baixos rendimentos e baixos níveis de instrução.
    • No que diz respeito à prestação de cuidados oncológicos de elevada qualidade, os países da UE enfrentam desafios diferentes. Alguns países estão bem equipados, mas enfrentam uma escassez de profissionais de saúde qualificados, enquanto outros têm um elevado número de médicos qualificados, mas não dispõem, por exemplo, de equipamentos de radioterapia suficientes.
    • As despesas em matéria de prevenção aumentaram nos últimos anos. No entanto, continuam a representar apenas 3,4 % do total das despesas de saúde.

    Ações para combater as desigualdades a nível da UE

    Em tempo recorde, a Comissão já realizou muitas ações do Plano Europeu de Luta contra o Cancro. A Comissão lançou recentemente, em 23 de janeiro, a Iniciativa Europeia de Imagiologia Oncológica, que visa ajudar os prestadores de cuidados de saúde, os institutos de investigação e os inovadores a tirar o máximo partido possível de soluções inovadoras baseadas em dados vocacionadas para o tratamento e a prestação de cuidados oncológicos.

    A nova recomendação do Conselho sobre o rastreio do cancro, adotada em dezembro de 2022, é também um elemento fundamental de um novo programa de rastreio do cancro financiado pela UE, que visa oferecer o rastreio dos cancros da mama, do colo do útero e colorretal a 90 % dos europeus elegíveis e que foi alargado para abranger os cancros do pulmão, da próstata e, em determinadas condições, o cancro gástrico.

    Prosseguirão os trabalhos para realizar mais de 30 ações ao longo do próximo ano. Entre as principais iniciativas, a Comissão apresentará uma proposta de recomendação do Conselho sobre os cancros de prevenção vacinal, juntamente com uma atualização da recomendação do Conselho de 2009 sobre ambientes sem fumo, a fim de aumentar a proteção dos cidadãos contra o tabaco e ajudar a concretizar o objetivo de uma geração sem tabaco até 2024.

    Contexto

    Para a primeira publicação em 1 de fevereiro de 2023, foram elaborados no total, com o apoio da OCDE, 29 perfis por país relativos ao cancro (UE-27, Islândia e Noruega). Os perfis servem de ferramenta para identificar as desigualdades em matéria de prevenção e cuidados oncológicos. Destacam as realizações, os desafios e as disparidades principais dentro de cada país e comparam as conclusões relativas aos países individuais com a situação na UE no seu conjunto. Estes dados podem servir de apoio aos decisores políticos e contribuir para orientar o investimento e as intervenções a nível regional, nacional e da UE no âmbito do Plano Europeu de Luta contra o Cancro.

    O Plano Europeu de Luta contra o Cancro é um pilar fundamental da União Europeia da Saúde anunciado pela presidente Ursula von der Leyen em 2020. Lançado em 2021, o Plano de Luta contra o Cancro define uma nova abordagem da UE em matéria de prevenção, tratamento e cuidados oncológicos, integrando a saúde em todas as políticas e envolvendo uma pluralidade de interessados. O plano propõe 10 iniciativas emblemáticas e ações múltiplas que englobam todo o percurso da doença.

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