Eurobarómetro: europeus confiam mais nos media tradicionais

    12 Julho, 2022 José Ricardo Sousa 341 Sem comentários

    Os meios de comunicação social desempenham um papel importante na informação aos europeus sobre as atividades da União Europeia e das suas instituições.

    Um inquérito Eurobarómetro publicado hoje, terça-feira, analisa aprofundadamente os hábitos relacionados com o consumo dos meios de comunicação social, a confiança nas diferentes fontes de informação, bem como as atitudes face à ameaça da desinformação.

    Os temas políticos nacionais interessem mais aos cidadãos (selecionados por 50 % dos inquiridos), mas seguem-se de perto os assuntos europeus e internacionais (46 %), a par das notícias locais (47 %).

    72 % dos inquiridos recordam ter lido, visto ou ouvido recentemente algo sobre a União Europeia, na imprensa, na Internet, na televisão ou na rádio. 57 % leram, viram ou ouviram recentemente algo sobre o Parlamento Europeu.

    A memória de notícias sobre a UE varia entre 57 % em França e 90 % na Roménia; para as notícias sobre o PE, varia entre 39 % em França e 85 % em Malta.

    Hábitos relacionados com os meios de comunicação social

    A televisão é a principal fonte de notícias (75%), em especial para os cidadãos com mais de 55 anos. Seguem-se, a uma distância considerável, as plataformas noticiosas em linha (43 %), a rádio (39 %) e as plataformas de redes sociais e blogues (26 %). A imprensa escrita surge em quinto lugar, com um em cada cinco inquiridos (21 %) a citar os jornais e as revistas como a sua principal fonte de notícias. Por outro lado, os mais jovens são muito mais propensos a utilizar plataformas de redes sociais e blogues para aceder a notícias (46 % dos jovens entre os 15 e os 24 anos, em comparação com 15 % das pessoas com mais de 55 anos).

    Embora as fontes noticiosas tradicionais, nomeadamente a televisão, sejam importantes, 88 % dos inquiridos acedem, pelo menos, a algumas notícias em linha através do seu smartphone, computador ou portátil. 43 % dos inquiridos utilizam o sítio Web da fonte noticiosa (por exemplo, o sítio Web de um jornal) para aceder a notícias em linha e 31 % lê artigos ou publicações que aparecem nas suas redes sociais online. O acesso a publicações de notícias através das suas redes sociais online é ainda mais importante para os jovens (43 % dos jovens entre os 15 e os 24 anos, contra 24 % dos inquiridos com mais de 55 anos).

    Pagar por conteúdos noticiosos em linha continua a ser a exceção, uma vez que 70 % de quem acede a notícias através da Internet utiliza apenas conteúdos ou serviços noticiosos em linha gratuitos.

    Fontes de comunicação social mais fiáveis

    Os cidadãos confiam na radiodifusão tradicional e nos meios de comunicação impressos, incluindo os seus canais online, mais do que nas plataformas de notícias em linha e nas redes sociais. Quer seja através do seu «canal de origem» ou da sua presença em linha, 49 % dos inquiridos confiam que as estações públicas de rádio e de televisão lhes transmitem notícias verdadeiras, seguidas da imprensa escrita, apontada por 39 %. Por outro lado, as estações privadas de televisão e de rádio são referidas por 27 % como uma fonte de informação de confiança. A Polónia destaca-se como o único país em que as estações de televisão e de rádio privadas são a fonte de notícias mais fiável. Por outro lado, na Hungria, os inquiridos apontam «as pessoas, os grupos ou os amigos que seguem nas redes sociais» como a fonte de notícias em que mais confiam.

    A importância da confiança também surge na reposta sobre o que levaria a consultar um artigo noticioso em linha. Enquanto 54 % dos europeus inquiridos são incentivados pelo facto de o título corresponder aos seus interesses, 37 % afirmam que é importante confiar no serviço de notícias que publica o respetivo artigo noticioso.

    Exposição à desinformação e às notícias falsas

    Mais de um quarto dos inquiridos (28 %) considera que, nos últimos sete dias, foram muito frequentemente ou frequentemente expostos a desinformação e a notícias falsas. Na Bulgária surgem os valores mais elevados, com 55 % dos inquiridos a considerarem que foram «muito frequentemente» ou «frequentemente» expostos; enquanto, nos Países Baixos estão os valores mais baixos, com 3 % «muito frequentemente» e 9 % «frequentemente» expostos.

    A maioria dos inquiridos sente-se confiante em reconhecer a desinformação e as notícias falsas: 12 % sentem-se «muito confiantes» e 52 % «algo confiantes». O nível de confiança em distinguir entre notícias reais e notícias falsas diminui com a idade e aumenta com o nível de educação.

    Contexto

    As perceções dos cidadãos sobre a União Europeia e o Parlamento Europeu são influenciadas pelo que veem, ouvem e leem em vários meios de comunicação social. Este inquérito Eurobarómetro Flash apresenta uma análise aprofundada da utilização dos meios de comunicação social pelos cidadãos e dos hábitos relacionados com os meios de comunicação social, considerando os meios de comunicação social tradicionais, bem como os meios de comunicação em linha. A Ipsos European Public Affairs entrevistou uma amostra representativa de cidadãos da UE, com idade igual ou superior a 15 anos, em cada um dos 27 Estados-Membros da União Europeia. Entre 26 de abril e 11 de maio de 2022, foram concluídas 52 347 entrevistas via Web assistidas por computador (CAWI), utilizando painéis em linha da Ipsos e as suas redes parceiras.

    Os resultados da UE são ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.

    Os dados e o relatório completo podem ser consultados aqui.

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