Nem a chuva e o vento impediram, ontem de manhã, a acção de limpeza do areal da praia de Apúlia, organizada pelo Europe Direct Minho, em resposta ao desafio da Fundação Oceano Azul e da Representação da Comissão Europeia em Portugal para assinalar o Dia Internacional da Limpeza Costeira. O mau tempo reduziu o número de voluntários participantes, mas não o empenho de sensibilização da opinião pública para a gravidade do problema do lixo marítimo, grande parte dele com origem em maus comportamentos do nosso dia-a-dia.

Alzira Costa, coordenadora do Europe Direct Minho, sublinhou, em declarações ao Correio do Minho, que os participantes nas acções de limpeza costeira que este centro de informação europeia tem promovido nos últimos anos ficam particularmente sensibilizados para a quantidade de micro resíduos, nomeadamente plásticos, que são depositados nas nossas praias, alertando para os riscos que os mesmos representam para a nossa segurança alimentar, uma vez que são ingeridos pelos peixes. Aquela responsável deu nota da participação de crianças na operação de limpeza, defendendo que as mesmas são “multiplicadoras de opinião” sobre os cuidados a ter na defesa das praias e, consequentemente, dos oceanos.

Como evidenciou a eurodeputada Isabel Estrada Carvalhais, que se associou a iniciativa de limpeza do areal de Apúlia, “grande parte da poluição marinha não é produzida no mar, mas em terra”, pelo que o seu combate passa, em grande parte, pela alteração de “comportamentos de produção e de consumo”.
Paulo Marques, presidente da empresa municipal Esposende Ambiente, referiu que “há cada vez mais entidades a solicitar acções de limpeza da costa ao longo de todo o ano”, o que contribui para formar “uma geração com mais valores ecológicos”.