UE e países vizinhos comprometem-se a reforçar o controlo da gestão das pescas

    14 Novembro, 2023 José Ricardo Sousa 226 Sem comentários

    Entre as principais medidas, a UE e os países vizinhos acordaram, no âmbito da Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo (CGPM), lançar novos instrumentos para acompanhar as atividades de todas as frotas que pescam no Mediterrâneo e no mar Negro e partilhar os vários planos de gestão plurianuais. O novo mecanismo dará seguimento aos casos de incumprimento através de medidas adequadas e proporcionadas. Para consolidar os esforços conjuntos no Mediterrâneo e garantir que as medidas produzem resultados no terreno, ainda este ano será permanentemente destacado um navio de patrulha da Agência Europeia de Controlo das Pescas (AECP).

    Na 46.ª reuniãoanual da Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo (CGPM), que teve lugar entre 6 e 10 de novembro em Split, a UE e os países vizinhos acordaram em reforçar as condições de concorrência equitativas no controlo e na gestão das pescas no Mediterrâneo e no mar Negro. Trata-se de um passo fundamental para garantir que todos os operadores envolvidos na pesca respeitam as mesmas normas, com base nos princípios da política comum das pescas (PCP).

    Graças aos esforços da UE e de mais de 12 outros Estados costeiros, a CGPM adotou por unanimidade um total de 34 medidas partilhadas. A UE apoiará a execução das medidas e da Estratégia CGPM 2030 com uma subvenção anual de 8 milhões de EUR.

    Medidas para aumentar a sustentabilidade e a proteção da biodiversidade

    As medidas acordadas na reunião da CGPM terão os seguintes impactos positivos no Mediterrâneo e no mar Negro: 

    • Maior sustentabilidade através da rastreabilidade: rastreabilidade dos produtos da pesca é essencial para combater as práticas ilegais, não declaradas e não regulamentadas (INN). Os novos regimes de documentação das capturas de coral vermelho no Mediterrâneo e de pregado no mar Negro ajudarão a identificar a origem dos produtos da pesca, assegurando uma melhor conservação destas espécies emblemáticas.
    • Descarbonização como resposta às crises energéticas e à poluição: a CGPM será a primeira organização regional de gestão das pescas a criar um grupo de trabalho permanente e a adotar um roteiro para a descarbonização das atividades de pesca. Este grupo de trabalho identificará ações para promover um setor mais resiliente às crises energéticas, uma redução da pegada de carbono e estudos para avaliar o impacto das artes de pesca nos fundos marinhos.
    • Gestão sustentável do doirado através de um novo plano plurianual: A CGPM aprovou um novo plano de gestão plurianual (MAP) para o doirado no mar Mediterrâneo. O plano plurianual baseia-se numa proposta conjunta UE-Tunísia, os principais intervenientes nesta pescaria. O objetivo do plano plurianual e do regime de inspeção associado é manter esta espécie emblemática de elevado valor comercial a níveis geridos de forma sustentável.
    • Proteção das espécies sensíveis e dos habitats marinhos: Nasequência da liderança da UE, a CGPM adotou uma estratégia para proteger as espécies vulneráveis e lançou um Observatório para as espécies não indígenas. A organização das pescas iniciou estudos-piloto para avaliar o potencial alargamento da proibição do arrasto pelo fundo às águas mais próximas da superfície, até 800 metros.

    A CGPM consolidou igualmente as medidas existentes no âmbito do plano de gestão plurianual para a enguia-europeia. As medidas a longo prazo serão determinadas no próximo ano, com base nos resultados de um programa de investigação regional.

    Mantendo as medidas dos anos anteriores, a CGPM decidiu reforçar a zona de restrição da pesca (FRA) no golfo do Leão. A UE, Marrocos e a Argélia acordaram igualmente em implementar uma FRA no Cabliers Mound.

    Próximos passos

    O Conselho da União Europeia debaterá e estabelecerá as medidas da CGPM relacionadas com as possibilidades de pesca para o Mediterrâneo e o mar Negro numa reunião a realizar em 11 e 12 de dezembro.

    Antecedentes

    A Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo (CGPM) é uma organização regional de gestão das pescas criada no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Desempenha um papel fundamental na governação das pescas e tem autoridade para formular recomendações vinculativas em matéria de conservação e gestão das pescas e de desenvolvimento da aquicultura. Os seus membros são a UE, 19 Estados mediterrânicos e três Estados do mar Negro.

    Com o empenho político e a estreita cooperação de todas as partes interessadas e com a UE a assumir um papel de liderança, a organização está a trabalhar ativamente para reforçar a nova governação das pescas estabelecida com as declarações ministeriais MedFish4Ever e Sófia, a fim de inverter a sobrepesca, assegurar a proteção dos ecossistemas marinhos e a resiliência e rentabilidade do setor da pesca e da aquicultura. Todas as decisões e realizações baseiam-se nos compromissos renovados da Declaração Ministerial MedFish4Ever.

    Para Mais Informações

    Estratégia | da CGPM 2030 Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (fao.org)

    Planos de gestão | Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura | da CGPM (fao.org)

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